sexta-feira, 25 de dezembro de 2015
Ela e o Mar
Ela e o mar. Juntos outra vez. É mesmo surreal a relação que existe entre eles. Porque ela precisa dele e ele parece mais calmo ao lado dela. Porque a sua dor parece menor perto dele. Porque ele parece maior perto dela. Ela o encara e se enxerga ao mesmo tempo. Ele a completa e a compreende como ninguém. E quando eles se tocam a troca de energias parece sem fim. Ele beija os seus tornozelos que agora insistem em flutuar. Ela fecha os olhos e sente como se tivesse nascido naquele lugar. E aquele barulho soa como uma canção de ninar. E o ir e vir das ondas parece tirá-la para dançar. E quando ela mergulha, ele parece a abraçar. E quando ela se levanta toda a praia está imóvel a admirar. Com a água na cintura ela parece uma sereia voltando pro lar. Com o sorriso no rosto e os olhos fechados ouvindo o que quase ninguém consegue escutar. E até as conchas se jogam aos seus pés torcendo para serem notadas. E até mesmo os cavalos marinhos galopeiam até a pedra mais alta. O corpo dela se mistura na espuma que agora parece a luz do luar. Nesse momento ela é toda dele, e não há quem possa separar. A mistura entre o sal e o doce faz surgir um novo sabor. E o amargo da vida parece se dissipar. O Sol, como se estivesse aplaudindo, parece brilhar de uma forma especial. E, depois, sentada nas pedras, ela parece dizer adeus sem vontade de partir. A maré recua protestando contra a saudade. Ela vai embora desejando ficar. A impressão que dá é que ela poderia morar ali para sempre. Que ela pertence àquele lugar. Que um dia ela ainda vai mergulhar para nunca mais voltar. Porque entendeu o poder e a magia do mar. E, quando eles se encontram, ela sabe muito bem como o completar com a letra “A”.
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